Ouvir música tem demonstrado benefícios significativos para a saúde, não só em áreas como a ansiedade e o stress, mas também em áreas de reabilitação cognitiva e motora. Isto foi relatado em vários estudos e em dois artigos de revisão sistemática publicados pelo grupo de investigação do Instituto de Investigação em Saúde de Santiago de Compostela, no âmbito do seu projeto Sensogenomics (GenPoB/GenViP). Particularmente em casos de demência e Alzheimer, a música demonstrou ativar vias relacionadas com a memória, e as capacidades musicais foram mesmo preservadas. Existem também evidências comprovadas da capacidade da música em impactar a anatomia cerebral, como parte de um processo mais amplo conhecido como neuroplasticidade. Este processo é de enorme importância no tratamento de doentes com problemas psicomotores, paralisia cerebral, etc. Por todas estas razões, este projeto propõe a música no âmbito da saúde e da intervenção social para o desenvolvimento e o bem-estar.
A primeira oficina da intervenção musical, “Escuta Musical Ativa”, permite a fruição de música de qualidade, com equipamentos áudio que cumprem os padrões ideais. O repertório apresentará a riqueza cultural da história da música, incluindo a música clássica, tradicional, popular e mundial, gerando motivação e surpresa. Foi também realizada uma pesquisa sobre “a música das suas vidas” para os incluir nas sessões de audição como forma de ativar a emoção e a memória. A audição será contextualizada com a vida dos compositores, as histórias que os rodeiam e o contexto histórico e cultural. A escuta ativa e estimulante, adaptada à diversidade dos grupos, passa pela experiência do corpo e do movimento, pela ativação do sentido do tato através dos objetos e pelo acompanhamento dos participantes com instrumentos. Os músicos
que conduziram as sessões criaram diferentes playlists que serviram de “terapia não farmacológica” para os workshops de audição. Ouça-as!
Apresentado por: Alejandro Vargas, Tomás Rábano, Beatriz Rola, Ana Conceição.